A autonomia financeira é um dos principais fatores que ajudam as mulheres vítimas de violência doméstica a romper com o ciclo de agressão. De acordo com a assistente social do Centro de Referência da Mulher (CRM), Silvia Franco, as vítimas de violência se sentem mais seguras para deixar a relação com o agressor quando têm uma profissão que garanta uma renda para sobrevivência.
E é isso que começou nesta terça-feira, dia 17 de abril, na própria sede do CRM, a oficina Mulher e Arte. Ministrada pelos artesãos Paulo Figueiredo (reciclagem com garrafa Pet) e Denisa Carvalho de Oliveira (crochê, tricô e fuxico), essa primeira oficina, que tem a duração de cerca de um mês, tem por objetivo apresentar as técnicas, iniciar a confecção de peças e aprimorar o trabalho daquelas que já conhecem a técnica, mas ainda precisam de aprimoramento. São 12 mulheres que estão recebendo esta formação com o objetivo de inseri-las nas feiras, em datas comemorativas. Essa turma, em especial, estará fazendo trabalhos voltados à Feira de Dia das Mães.
Para a coordenadora Municipal da Mulher, Bruna Garcia, as mulheres precisam ser autônomas para se sentirem seguras e romperem o ciclo de violência. “Acompanhamos mulheres que estão em processo de rompimento e outras que já romperam com o ciclo e todas elas relatam que primeiro precisam garantir a segurança delas e dos filhos, pois sentem medo de morrer e de sofrer ameaça dos agressores. Em seguida elas falam que a autonomia econômica é fundamental para garantir moradia, alimentação e outros fatores”, expressa Bruna.
A ideia é que num futuro seja criada uma rede ou uma associação onde estas mulheres possam estar se fortalecendo e rompendo com o círculo de violência. “Estaremos assistindo-as e apoiando-as neste processo. É importante saber que a autonomia financeira, apesar de fundamental, não funciona sozinha. Estas mulheres precisam também ter uma autonomia emocional para romper com as amarras culturais e sociais que existem na nossa sociedade, por isso é essencial nosso apoio e o apoio mútuo entre elas para que elas se empoderem, aumentem a autoestima e o poder de decisão”, concluiu a coordenadora Municipal da Mulher.