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Na manhã desta quarta-feira (30), uma comitiva de pescadores da Colônia Z4, de Itapuã, estiveram na Prefeitura solicitando apoio ao prefeito, Valdir Bonatto, para continuarem exercendo suas profissões. “A situação é a seguinte”, começa explicar o pescador Airton da Rosa Correia, “o Decreto 51.797, que havia sido derrubado pelo governador José Ivo Sartori, que trata das espécies em extinção no Estado e proíbe a pesca de determinados peixes, incluindo o bagre, voltou a prevalecer a partir de uma liminar da Justiça, solicitada pela Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. O problema é que temos família para sustentar e não temos como colocar uma rede na água e selecionar os peixes que serão fisgados. Aí vem a fiscalização e nos multam e somos tratados como criminosos. Somos trabalhadores, somos pescadores com orgulho”, desabafa Correia.

Hoje, em Itapuã, são cerca de 75 famílias que dependem da pesca como subsistência. Bonatto, prontamente entrou em contato com a Casa Civil e foi informado de que a Secretaria do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo e a Secretaria do Meio Ambiente pretende discutir a questão envolvendo a pesca de bagre no Estado. O objetivo é encontrar alternativas para o desenvolvimento de um novo estudo para apontar as espécies em extinção.
Numa ação que desenvolveu-se no Guaíba, próximo às regiões de Belém Novo e Lami, o pescador conta que o Comando Ambiental apreendeu 80 quilos de bagre e cinco mil metros de rede. No Litoral Norte foram recolhidos 4,8 mil metros de rede, apreendidos 274 bagres e efetuadas 16 prisões pela pesca do bagre neste ano. "Agora pescar bagre se tornou crime e os pescadores estão sujeitos, inclusive, a perderem a carteira da profissão se forem reincidentes. O bagre entra na lagoa e no Guaíba no período do inverno e é um dos mais pescados na região. Tem pescador que se defende só com ele. Queremos uma pesquisa que nos ouça, que venha até aqui e nos acompanhe nas águas para mostrarmos que este peixe tem aos montes, e não está desaparecendo”, argumenta Correia.

Estiveram acompanhando Correia, os pescadores Jorge da Rosa, Nilson da Rosa e Francisco da Rosa, além o subprefeito de Itapuã, Ubirajara Camargo. Bonatto disse que acompanharia as decisões e que, se fosse preciso, interfereria a favor dos viamonenses.

Entenda o caso

• O bagre entrou na lista após constatar-se um declínio de 98% na produção nos últimos 40 anos na laguna dos Patos, segundo dados oficiais.

• A espécie sofre uma pressão de pesca muito intensa e a área da laguna abriga mais da metade da população brasileira de bagres.

• O decreto estadual foi homologado em setembro de 2014, após discussão de dois anos envolvendo 129 especialistas de 40 instituições.

• A avaliação específica dos peixes contou com a participação de 38 especialistas, de 14 instituições de pesquisa.