O Programa de Acesso ao Mundo do Trabalho (Acessuas) vem desenvolvendo um trabalho de conscientização junto às famílias de pessoas com deficiência. O objetivo é promover a integração desses usuários ao mundo do trabalho. O trabalho é importante não só pela perspectiva financeira, mas, principalmente, porque a pessoa com deficiência tem a oportunidade de ser inserida no convívio social. O trabalho organiza a sua rotina do dia a dia, traz responsabilidades, cria um circulo de amizades e dá reconhecimento à pessoa com deficiência, explica a secretária de Cidadania e Assistência Social, Belamar Pinheiro. Com a Lei das Cotas (Lei 8.213 de 24 de julho 1991), que estabelece que todas as empresas privadas com mais de 100 funcionários devem preencher entre 2 e 5% de suas vagas com trabalhadores que tenham algum tipo de deficiência, o trabalho de conscientização junto às empresas, da Secretaria de Cidadania e Assistência Social ficou mais fácil.
Uma equipe do Acessuas, com psicóloga e assistente social acompanham periodicamente as famílias e identificam os usuários que estão em condição de trabalhar. Os usuários, maiores de 18 anos, são encaminhados para cursos de qualificação e inserção no mercado formal. O resultado é a longo prazo, mas a equipe do Acessuas está conseguindo fazer com que os empresários acreditem na capacidade produtiva das pessoas com deficiência.
BPC
Importantes mudanças já foram asseguradas em leis, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC), que garante um recurso financeiro às pessoas que não têm condições de exercer o trabalho. Quando esta pessoa passa a estar apta para o trabalho, e é encaminhada pelo Acessuas para uma formação a fim de iniciar um trabalho formal, o benefício continua sendo pago e ela recebe ainda uma bolsa para fazer esta aprendizagem e ser inserida em um novo convívio social. O benefício só é suspenso quando a pessoa com deficiência entra no mercado formal. Aí ele passa a receber um salário, tem férias, 13º e todos os outros benefícios que a empresa oferece, explica a secretária de Cidadania e Assistência Social.
Seleção
Nesta semana a supervisora operacional da Refeições ao Ponto, Jane Fanezze, esteve no Acessuas para entrevistar dois candidatos a uma vaga na empresa, prestadora de serviço à Ambev. A única exigência é que os candidatos fossem da região de Águas Claras. Participaram da seleção Getânia de Oliveira, 32 anos, e Douglas Lopes, 20 anos. Mais entusiasmado, Douglas foi escolhido para fazer um curso de qualificação no Senai, na área de alimentação. Belamar conta que a vaga surgiu após uma desistência. Agora, nos próximos seis meses, Douglas será preparado para ingressar no mundo do trabalho, fato que o deixa feliz. Quero sair de casa e exercer uma profissão, enfatiza. A equipe do Acessuas continuará a fazer o acompanhamento de Douglas nesta nova fase, encerra a secretária.