O município de Viamão participou do último encontro de formação do Escola da Terra, realizado em Tramandaí, nos dias 8, 9 e 10 de abril. A tutora do programa, Cleonice Sorgen, apresentou a experiência de Viamão, que agrega uma escola indígena do Estado, totalizando 11 integrantes. O Escola da Terra compreende quatro ações: formação continuada e acompanhada de professores em escolas multisseriadas no campo; oferta de materiais didáticos e pedagógicos; monitoramento e avaliação; gestão, controle e mobilização social.
De acordo com o coordenador do MEC, Xavier Souza Neto, Viamão está à frente dos outros municípios por já estar desenvolvendo um trabalho integrado multisseriado. Temos cinco escolas da zona rural que estão inseridas e cada uma apresentou um trabalho diferenciado. A Felisberto da Costa Nunes apresentou o trabalho de desenvolvimento de projeto, integrando as turmas. A Podalírio de Oliveira Fraga apresentou o projeto da Banda de Latas, que inclui quase todos os seus 30 alunos. A Acrísio Prates, escola que possui 12 alunos, do 1º ao 5º ano, trabalha a sustentabilidade de forma integrada. A Nossa Senhora de Fátima trabalha o cultivo, por atender alunos do Assentamento Filhos de Sepé. E, a Zeferino Lopes de Castro, que faz parte do projeto Escolas Rurais Conectadas da Fundação Telefônica, possui aulas seriadas, mas trabalha os projetos de forma multisseriada, por assunto, explica Cleonice.
O programa Escola da Terra tem por objetivo valorizar o ensino das escolas do campo, promovendo a permanência e aprendizagem dos estudantes do campo, indígenas e quilombolas em suas comunidades, fortalecendo a escola como espaço de vivência social e cultural. Educadores e tutores recebem curso de aperfeiçoamento com carga horária de 180 horas. Viamão iniciou no programa no final de 2013 e o período denominado tempo-universidade já chegou ao fim. A formação foi ministrada pela UFRGS. Já o período tempo-comunidade continua com a participação em ações voltadas às escolas do campo. Nesta etapa os tutores acompanham o trabalho dos docentes diretamente nas escolas.
Algumas ações começaram através do Escola da Terra, como o estudo para modificação da legislação e diretrizes curriculares das escolas do campo, bem como do material didático, que terá a inclusão de temas específicos do campo. Além das cinco escolas da rede municipal, as escolas indígenas Karai Arandu, do Cantagalo, Karaí e Katu do Morro Grande e Tekoá Pindó Mirim de Itapuã, e a Escola Estadual Rui Barbosa também participam do programa.