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ABR
08
08 ABR 2015
Viamão é inserida na rede mundial de gestores e líderes educacionais
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A partir da experiência da EMEF Zeferino Lopes de Castro, a Fundação Telefônica inseriu a Secretaria Municipal de Educação na rede mundial de gestores e líderes educacionais GELP – Global Education Leaders' Partnership. A GELP está se configurando como uma rede de gestores e líderes educacionais de governos, institutos e fundações, que apoia, troca melhores práticas, promove reflexões e planeja ações e projetos colaborativamente. O objetivo da rede é de que a educação tenha como foco o desenvolvimento integral do aluno, que aprenderá do seu jeito e no seu ritmo, a partir de experiências educacionais concretas e contextualizadas, promovidas com a coparticipação da sociedade, que assegurem a sua preparação para a vida, o trabalho e a cidadania no sec. XXI.

Além de inúmeras reportagens, a experiência da escola Zeferino Lopes de Castro também foi “Destaque Educacional” reconhecido pela Assembleia Legislativa do Estado e Federasul na 20ª edição do Prêmio Líderes e Vencedores, realizado em dezembro de 2014. Há um consenso crescente de que a transformação do sistema, e não a melhoria da escola, é a resposta necessária, mas as implicações disso ainda não foram entendidas ou aceitas.

Na última semana, uma notícia da educação da Finlândia, repercutiu no mundo inteiro quando informou que até 2020 todas as escolas adotarão o novo currículo da educação básica, que o país começará a implementar em agosto de 2016, onde as escolas serão encorajadas a inovar e a utilizar a transdiciplinaridade.

 

 

 

Mas o que isso tem a ver com Viamão?

Tudo. Em Viamão esse projeto já é realidade desde 2013, numa escola da zona rural e deverá ser incorporado para toda a rede até 2016.

Quando a equipe diretiva da EMEF Zeferino Lopes de Castro, localizada na Pimenta, zona rural de Viamão, se inscreveu no projeto "Escolas Rurais Conectadas", não imaginou a proporção que isso iria resultar. Viamão se enquadrou num projeto inovador da instituição, no qual todas as crianças, funcionários e professores receberam um tablet ou um netbook e a escola, uma rede de fibra ótica com maior velocidade e capacidade de conexão da América do Sul. Uma assessoria técnica e pedagógica foi contratada pela Fundação para acompanhar as transformações.

Em 2013 a parceria foi firmada e os professores foram capacitados para introduzir o novo desafio. A teoria teve que se adaptar à prática. Os professores e funcionários também tiveram que se adaptar. Ao longo do processo houve a necessidade de turno integral para que os objetivos fossem cumpridos. A Secretaria Municipal de Educação não mediu esforços para a sua implementação e concedeu dedicação exclusiva à equipe de professores do Zeferino Lopes de Castro.

 

Projeto-piloto

O projeto-piloto proposto pela Fundação Telefônica passou por duas fases centrais, de acordo com a pesquisa de avaliação feita pela Move – Avaliação e Estratégia em Desenvolvimento Social. A primeira, a experimentação pedagógica, vivida em 2013. E, a segunda, a consolidação de uma proposta com base nas aprendizagens do primeiro ano. O resultado, nunca dimensionado, é uma estrutura pedagógica completamente nova em relação ao período anterior ao projeto. A proposta da Fundação Telefônica era oferecer o uso intensivo de tecnologias a alunos e professores da escola da zona rural, tendo como base práticas inovadoras.

A ideia de substituir “matérias” por “fenômenos” como forma de dividir o conteúdo escolar, que está sendo experimentada como "inovação" pela Finlândia, já faz parte do cotidiano escolar dos alunos da Zeferino Lopes de Castro, em Viamão. Ao contrário do que está acontecendo no país que é referência mundial em educação (Finlândia), a experiência de Viamão não sofreu resistência inicial dos alunos, professores e direção. Conforme aponta a pesquisa, "a resistência inicial foi somente por parte da família, que não estava compreendendo tamanha mudança. Poucos professores optaram por não quebrar paradigmas e pediram transferência de escola. Os que ficaram, abraçaram a nova oportunidade de mudança do modelo tradicional existente", destaca o diretor da Move, Gustavo Valentim. 

 

 

“Nós realmente precisamos repensar a educação e reprojetar nosso sistema, para que ele prepare nossas crianças para o futuro com as competências que são necessárias para o hoje e o amanhã. Nós ainda temos escolas ensinando à moda antiga, que foi proveitosa no início dos anos 1900 – mas as necessidades não são mais as mesmas e nós precisamos de algo adequado ao Século 21”, afirma o gerente educacional de Helsinki, na Finlândia, Marjo Kyllonen.

“Estamos ousando e inovando a didática de ensino. Temos períodos de aula curricular, de projeto, de oficinas, de experimentos e de tecnologia lego. As aulas regulares, ministradas em quatro turnos, são seriadas, mas as demais são multisseriadas, agregadas por interesse. Os projetos são desenvolvidos em seis semanas, a partir de uma atividade disparadora, na qual os alunos visitam um determinado lugar e se inspiram para desenvolver os projetos”, explica a diretora da EMEF Zeferino Lopes de Castro, Rosa Maria Stalivieri. 

 

 

Os alunos já visitaram diversos locais, como o Museu de Ciência e Tecnologia da Pucrs, a Escola Canadá, escola agrícola que possui produção de leite e agronegócio, entre outros. A partir daí surgiram os temas dos projetos a serem pesquisados, como Arquitetura e Decoração, Rodeio e Doma, Mentes Psicopatas, Foguete, Areia Movediça, Bulimia, Tatuagem, Skate, entre outros.

 

 

Didática

Todas as semanas, os alunos são reunidos e cada grupo apresenta o que já foi desenvolvido e pesquisado. Por exemplo, o grupo que está estudando arquitetura e decoração recebeu a visita de um arquiteto, morador da região, e de um pedreiro. A partir daí os alunos descobriram a diferença e o ponto em comum do trabalho dos dois profissionais, a diferença e a complementação da arquitetura e da decoração, e como são executados os projetos, os desenhos, as ferramentas usadas através da tecnologia para desenvolver os projetos e fazem da escola um laboratório prático, aprendendo novos saberes e conectando aos conteúdos da grade curricular. 

 

 

 

Com a abertura às novas tecnologias digitais, a escola está desenvolvendo a robótica e recebeu kits legos para transformar o virtual no protótipo. Nos próximos dias a escola estará recebendo uma impressora 3D e, com isso, suas maquetes de projetos serão precisas. De acordo com a diretora, objetivo principal deste novo modelo adotado é preparar o aluno para o futuro. “Com a inserção da tecnologia digital e, agora, da robótica, estamos mostrando um novo mundo a ser explorado, no qual eles estão despertando curiosidades e se apropriando de informações para desenvolver projetos reais. Um mundo que até ontem eles sequer sonhavam que existia, pois a realidade da zona rural é outra. Amanhã ele poderá escolher se levará a tecnologia construída por ele para dentro da propriedade da família ou desenvolverá seus projetos para o mundo”, destaca Rosa Maria.

 

 

 

Foguete

A professora Jamile Rodrigues conta o avanço do aluno Alan Ferreira, 8 anos, quando estava no 2º ano. “Fazia apenas um mês que ele havia começado a ler, Alan surpreendeu a professora numa atividade do projeto Foguete. Enquanto uns integrantes do grupo estavam fazendo um site para juntar as informações, as dúvidas e os aprendizados, sugeri para os demais que fizessem um desenho detalhado de um foguete. O Alan fez um desenho completo, com todos os aparelhos de uma base para lançamento de foguete, com base, câmara de gás, satélite, etc, e explicou a função de cada equipamento desenhado, com conceitos de física, química e matemática, temas esses desenvolvidos numa aula do 7º ano”, ressalta Jamile.

 

 

Assessoria

A Fundação telefônica dispõe uma assessoria pedagógica da Associação Telecentro de Informação (ATI), que consiste em visitas periódicas e virtuais à escola. Nas semanas de imersão, educadores e alunos recebem a equipe executora para aperfeiçoar as técnicas de aprendizagem, seja desenvolvendo projetos e/ou criações com o uso da tecnologia. A assessora pedagógica da ATI, Patrícia Schafer, destaca o crescimento, tanto dos alunos, como dos professores, e a coragem de mudar. “É um novo conceito de ensino, desafiador e inspirador. Nosso papel é apoiar os professores nos desafios dos alunos." O assessor de execução de projetos da ATI, Juliano Bittencourt, acrescenta dizendo que a tecnologia encurta a distância e todas as informações estão a um clique. "Apontamos os caminhos e as ferramentas que podem apoiar o trabalho dos docentes.”

 

 

"Todo processo é difícil, mas estamos dispostos a mudanças e quebrando barreiras. Todo dia é um novo desafio e isso nos incentiva a crescer e a buscar mais conhecimentos. Os professores passam a não ser mais os detentores de conhecimento e sim um facilitador para a busca de informações”, ressalta a diretora da EMEF Zeferino Lopes de Castro.

A diretora pedagógica da Secretaria Municipal de Educação, Márcia Culau, destaca que a realização de projetos pelos alunos foi instituída como momento formal do projeto pedagógico da escola. "Este dispositivo está contribuindo com a autonomia dos alunos, a integração com a cultura local e o desenvolvimento de competências do século 21. As condições instaladas pelo projeto colaboraram com o desenvolvimento da criatividade entre os professores, que passaram a buscar novas formas de atuar em sala de aula. Já para os alunos, a forma que está sendo conduzida cria oportunidades diversas de relação interpessoal que decorreram no desenvolvimento de competências de comunicação, criatividade e colaboração entre os alunos. 

 

 

Com relação às condições institucionais, a professora da UFRGS, Ana Lima, disse que a direção da escola de Viamão foi muito audaciosa, na medida em que eles tiveram o amparo da Secretaria Municipal de Educação. “Durante toda a minha experiência de 40, quase 50 anos, eu nunca vi uma escola que tivesse um amparo institucional tão forte para a mudança. A possibilidade de terem turno integral, de ganharem razoavelmente bem, de estarem trabalhando só ali, a tecnologia à mão, a direção voltada para eles.”

 

Mudanças encontradas pela Move antes e depois da inserção do projeto Escolas Rurais Conectadas

Antes do projeto:

  • Atividades realizadas no turno formal, sem existência de jornada estendida;

  • Organização por salas seriadas;

  • Carga horária realizada por disciplinas;

  • Existência de atividades não curriculares como sarau literário, feira de ciências e eventos esportivos;

  • Reuniões de professores de periodicidade mensal e com foco prioritariamente administrativo.

 

Depois do Escolas Rurais Conectadas:

  • Atividades realizadas no turno formal e em jornada estendida;

  • Organização de salas ou grupos por momentos pedagógicos. Há momentos seriados e momentos não seriados. São eles:

    • - MEC (Momento Ensino Conteúdo): quando são realizadas aulas tradicionais com turmas seriadas;

    • - MEP (Momento de Estudo Projeto): oficina oferecidas pelos professores, onde os alunos se matriculam conforme interesse pelo tema (dança, robótica, etc), com turmas multisseriadas;

    • - MP (Momento de Projeto): temas de estudo definidos pelos alunos, com turmas multisseriadas.

    • Planejamento semanal, com atenção para questões pedagógicas, com foco na análise do contexto, organização escolar e práticas pedagógicas.

 

Plano e Sistema

O Sistema Municipal de Ensino, confeccionado pela SME, CME, professores e comunidade, já foi aprovado pela Câmara Municipal de Vereadores e agora está na fase de implementação. Atualmente, a Secretaria Municipal de Educação e o Conselho Municipal de Educação estão construindo o Plano Municipal de Educação, onde é apontado o projeto político-pedagógico para Viamão.

 

Durante o ano, a SME realiza reuniões mensais com os professores que assumiram a coordenação pedagógica da escola. Durante os encontros são trabalhadas e discutidas novas práticas pedagógicas a fim de atrair mais a atenção e a compreensão do aluno. A coordenação pedagógica tem a tarefa de realizar reuniões com os professores da sua escola e trabalhar e disseminar as práticas pedagógicas discutidas no encontro. "Você pode ter um mega projeto, mas se não tiver a adesão dos professores, não será possível desenvolver isso.", encerra a diretora pedagógica da SME.

 

 

"A hora de renovarmos o nosso modelo atual de ensino é agora. Queremos que conste no nosso Plano a inserção de tecnologias de informação nas salas de aula. Não queremos simplesmente substituir o caderno pelo computador, mas enriquecer as aulas. Hoje a tecnologia está ao alcance de todos e por que não utilizarmos a favor de um novo modelo de educação? Nem todos os alunos aprendem da mesma forma o conteúdo que é dado em sala de aula. Com a inserção da tecnologia os alunos se sentirão mais motivados a aguçar as suas curiosidades. Num primeiro momento teremos laboratórios móveis, até conseguirmos ter um equipamento por aluno. Agora a criatividade é tão importante na educação quanto a alfabetização e nós deveríamos tratá-la com o mesmo status", acrescenta a secretária de Educação, Maria Clarice de Oliveira.

A gerente da Fundação Telefônica, Mila Gonçalves, está muito satisfeita com os resultados apontados pela pesquisa da Move. "A experiência de Viamão é inspiradora. A escola consegue andar com as próprias pernas. Incluímos Viamão no GELP Brasil e no GELP Internacional para que a gestão possa trocar experiências e contribuir com outros municípios e países. No dia 16 de abril a secretária de Educação embarca para a África a fim de mostrar o "case da Zeferino" no encontro do GELP Internacional. Viamão está à frente e sabe que é possível fazer diferente", encerra Mila.

 

 

Disseminação do projeto:

  • Expansão do projeto para dez escolas da rede municipal;

  • Formação continuada de professores na área de tecnologia;

  • Formação de gestores relacionados à Tecnologia da Informação;

  • Instalação de um Núcleo de Tecnologia dentro da SME;

  • Disponibilização de tablets para todos os professores da rede em 2015;

  • Disponibilização de tablets para as escolas formarem um laboratório móvel, sendo que cada escola deverá receber entre 30 a 100 tablets até o final de 2015, de acordo com o número de alunos;

  • Disponibilização de internet via rádio para todas as escolas;

  • Capacitação de secretários escolares para uso de tecnologias.

 

 

 

 

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