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Educação entregou 44 mil livros novos para as bibliotecas

Isabella Lima tem 6 anos, além de brincar, você sabe o que ela mais gosta de fazer? Fabian Santos e Henrique Ebani, também com 6 anos, o que mais gostam de fazer? Isabela, assim como Fabian, Henrique, Roberto, João, Pedro, Mariana, Beatriz gostam de ler, mesmo sem saber juntar as letras para formar palavras, eles fazem uma leitura própria, interpretando as imagens e imaginando uma história com diálogos. O hábito está aflorando na EMEF Ricardo Faicker Nunes, no 1º ano, mas Isabella diz que é costume da sua família dedicar um tempo para a leitura. Suas histórias preferidas são com personagens de bonecas e de animais.

Muito falante e expressivo, João Pedro Ladelfo, 5 anos, estudante do Jardim da EMEF Araçá, também larga tudo o que está fazendo quando a sua professora, Luciane Flores, começa a contar histórias. João Pedro recém está conhecendo as letras, mas isso não o impede que memorize toda a narrativa da professora. Quando ela termina, João Pedro conta tudo, mas tudinho mesmo, com todas as suas entonações. Já Isabelly Longaray, sua coleguinha, prefere inventar outro contexto para a mesma história. “A literatura infantil aguça a curiosidade dos alunos e desperta o seu imaginário”, ressalta Luciane.

44 mil livros

Este universo faz parte da metodologia da Secretaria Municipal de Educação (SME), que adquiriu neste início de ano letivo, e está entregando às 61 escolas da rede, 44 mil livros novos para as bibliotecas das escolas, 300 exemplares de 147 títulos. Cada escola receberá até este sábado, dia 7, um número de livros proporcional ao número de alunos, entre 300 e 1.000 unidades. Os livros são de literatura infantil e infanto-juvenil.

“Queremos expandir projetos de incentivo à leitura em todas as escolas. Os novos títulos aguçarão ainda mais a curiosidade dos alunos e estimularão a leitura. Uma criança que lê frequentemente é uma criança que consegue escrever mais e se expressar melhor numa redação, por exemplo. Isso, sem dúvida, contribuirá também para que o município aumente o índice do Ideb”, explica a secretária de Educação, Maria Clarice de Oliveira. Outros projetos da SME, como a Feira Literária, realizada anualmente, já vêm despertando o interesse pela leitura e estimulando outros projetos, que culminam com uma Feira Literária dentro da escola. Queremos que estes 147 novos títulos de literatura infantil e infanto-juvenil façam parte de um universo diário de leitura”, destaca.

Além destas obras, as escolas também receberão coleções completas, do 1º ao 5º ano, de livros didáticos para trabalhar “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena” no currículo escolar, atendendo à lei federal 11.645/2008. No segundo semestre será adquirida a coleção completa também para trabalhar “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena” nos anos finais.

Projetos

Projetos já desenvolvidos em algumas escolas, como a Hora do Conto, realizada diariamente na EMEF Ricardo Faicker Nunes, no recreio, onde os livros são distribuídos em espaços criados pela direção, como pufes, almofadas, mesas, tornam uma hora descontraída e divertida. A diretora da Ricardo Faicker Nunes, Eliane Menegotti, relata que “as turmas que fazem parte do Programa de Alfabetização na Idade Certa (Pacto) praticam diariamente a leitura. Com a Hora do Conto, queremos também incentivar as crianças do 4º e 5º ano para que leiam diariamente. A criança que costuma ler um livro sabe se expressar melhor, possui uma oralidade mais correta e, por consequência sabe escrever e interpretar um texto”, explica.

Os professores inseridos no Programa Nacional de Alfabetização na Idade Certa – Pacto – possuem uma rotina diária de leitura e, nas turmas dos 1º ao 3º anos, há uma pequena biblioteca dentro da sala de aula, que agora está sendo ampliada, fazendo com que os livros fiquem mais próximos e sejam folheados pelos estudantes. A professora do 1º ano, da Ricardo Faicker Nunes, Vera Robaski, transformou a sala de aula em um local atraente, com caixas coloridas repletas de letrinhas, numerais e livros. “Penso que o primeiro contato com os livros tem que se dar de forma descontraída e divertida, para tornar-se um hábito prazeroso.”

A EMEF Araçá também possui um projeto semelhante de Hora do Conto e inicia antes mesmo da criança entrar no ensino fundamental. A coordenadora pedagógica da Educação Infantil, Alice Nogueira, destaca que a biblioteca da escola é um espaço rico, com uma diversidade de material imensa. “Mesmo que não saiba ler, nosso aluno viaja na imaginação. Os professores da educação infantil contam histórias para as crianças estimulando-as e incentivando-as à prática da leitura.” Mas os livros não ficam só dentro da escola. Uma vez por semana, eles embarcam na mochila das crianças e vão conhecer as suas casas. “É importante estimular que a família também entre no mundo literário”, ressalta Alice.

Padronização e Organização

A professora e bibliotecária da Secretaria de Educação, Luciane Tavares, é quem coordena todas as bibliotecas das escolas municipais. A bibliotecária está acompanhando a entrega das obras nas escolas e vendo o espaço das bibliotecas para iniciar um trabalho de organização e padronização. “O objetivo é tornar os espaços mais aprazíveis e atraentes para os alunos, com os livros acessíveis para consulta e empréstimo.” Nesta nova proposta visual, a Secretaria Municipal de Educação está adquirindo novas mesas para as bibliotecas. Outras mobílias, como cadeiras e estantes também estão sendo licitadas. Na Biblioteca Pública Erico Veríssimo, localizada no Calçadão Tapir Rocha, 49 (Centro), a bibliotecária está concluindo a padronização dos catálogos através das cores. “Esta proposta está sendo bem aceita pelos leitores, pois facilita na escolha do título”, assegura Luciane. 

Formação

Ainda em março, iniciará uma formação para as pessoas responsáveis pelas bibliotecas dentro das escolas. Já para o segundo semestre, a Secretaria Municipal de Educação está tratando junto ao Ifrs uma formação específica de cursos técnicos pela rede e-Tec para todas as responsáveis pelas bibliotecas escolares.

Saiba mais:

• Ideb: é o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, criado em 2007, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), formulado para medir a qualidade do aprendizado nacional e estabelecer metas para a melhoria do ensino. O Ideb funciona como um indicador nacional que possibilita o monitoramento da qualidade da Educação pela população por meio de dados concretos, com o qual a sociedade pode se mobilizar em busca de melhorias. Para tanto, o Ideb é calculado a partir de dois componentes: a taxa de rendimento escolar (aprovação) e as médias de desempenho nos exames aplicados pelo Inep. Os índices de aprovação são obtidos a partir do Censo Escolar, realizado anualmente.

• Ifrs: o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) é uma instituição federal de ensino público e gratuito. Atua com uma estrutura multicâmpus para promover a educação profissional e tecnológica de excelência e impulsionar o desenvolvimento sustentável das regiões. Possui 17 câmpus: Bento Gonçalves, Canoas, Caxias do Sul, Erechim, Farroupilha, Feliz, Ibirubá, Osório, Porto Alegre, Restinga (Porto Alegre), Rio Grande e Sertão e, em processo de implantação: Alvorada, Rolante, Vacaria, Veranópolis e Viamão (Av. Senador Salgado Filho, 7000, parada 49, junto ao Tecnopuc).

• Rede e-Tec: o sistema Rede e-Tec Brasil visa à oferta de educação profissional e tecnológica a distância e tem o propósito de ampliar e democratizar o acesso a cursos técnicos de nível médio, públicos e gratuitos, em regime de colaboração entre União, estados, Distrito Federal e municípios. Os cursos são ministrados por instituições públicas. O Polo e-Tec Viamão está localizado na rua Marechal Deodoro, 220, Centro, junto ao Walter Graf.

• Lei Federal 11.645/2008: estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”.