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FEV
03
03 FEV 2025
TURISMO
Às margens do lago, a fé e a devoção à Nossa Senhora dos Navegantes completam 150 anos
Foto Noticia Principal Grande
Brayan Martins
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Junto à praça central do distrito de Itapuã, a comunhão dos fiéis é preservada há 150 anos pela igreja Nossa Senhora dos Navegantes.
 
Famoso por suas praias de águas calmas e pela preservação de sua vegetação, o distrito de Itapuã guarda muito mais do que beleza e riquezas naturais. Nele também está preservada parte da história do município de Viamão e do Rio Grande do Sul.
 
Localizado a 40 quilômetros do centro da cidade, no extremo sul do município, Itapuã abriga um ecossistema rico em espécies nativas, sendo um dos poucos locais onde ainda é possível encontrar a vegetação litorânea original da Mata Atlântica.
 
Além de sua beleza natural, Itapuã também resguarda um patrimônio histórico de grande importância para seus moradores. É lá, junto à praça central, que está localizada a igreja Nossa Senhora dos Navegantes. Mais do que um exemplar da arquitetura colonial portuguesa — um dos estilos predominantes da época —, a igreja é um símbolo da religiosidade e da fé que marcam a identidade de Itapuã.
 
 
Itapuã: história, fé e a herança farroupilha
 
Itapuã sempre teve um papel relevante na história de Viamão e do Rio Grande do Sul. Durante a Revolução Farroupilha, a região funcionava como um ponto estratégico para as tropas, pois permitia aos farrapos dificultar a comunicação entre a capital e a cidade de Rio Grande pela Lagoa dos Patos.
 
Além de trincheiras, foram improvisadas fortificações entre a área central do município e a vila de Itapuã. A epopeia Farroupilha ocorreu de 1835 a 1845; portanto, durante esse período, a igreja Nossa Senhora dos Navegantes ainda não existia. Sua pedra fundamental foi abençoada em 9 de janeiro de 1875 pelo vigário de Viamão, Francisco de Santa Isabel Athayde, e a inauguração ocorreu no ano seguinte, em 2 de fevereiro de 1876.
 
Vale lembrar que, naquela época, a vila de Viamão pertencia ao município de Porto Alegre e só foi emancipada em 1880. Ainda assim, a igreja permaneceu vinculada à estrutura religiosa de Porto Alegre até os dias atuais, estando atrelada à Paróquia João Paulo II.
 
Em comemoração aos 150 anos da Revolução Farroupilha, em 1985, foi plantada em frente à praça da igreja uma árvore trazida de Laguna–SC, conhecida como “Árvore da Anita”. A árvore resiste até hoje, apesar do passar do tempo e das enchentes que assolaram a região ao longo dos anos, permanecendo como um símbolo de força e fé para a comunidade.
 
No ano de 1941, devido a uma grande enchente, a população de Itapuã precisou ser deslocada para outra região. A igreja de Nossa Senhora dos Navegantes resistiu às águas, mas passou por uma reconstrução que resultou em alterações na sua fachada. Já em 1993, foi realizada uma reforma em seu telhado, que apresentava problemas e necessitava de reparos.
 
Em 2024, novas inundações atingiram a região e, mais uma vez, a igreja ficou cercada pelas águas. Foram necessários 40 dias até que o nível baixasse, permitindo o acesso ao local. O santuário por pouco não foi invadido pela enchente, ficando apenas cerca de dez centímetros acima do nível da água, de acordo com Luis Carlos Pedroso da Silva, pároco responsável pela igreja Nossa Senhora dos Navegantes.
 
Mesmo enfrentando inúmeros desafios ao longo de sua história, a igreja Nossa Senhora dos Navegantes segue firme como um símbolo de fé e devoção para a comunidade de Itapuã. Passados 150 anos, a casa da padroeira da região permanece de pé, inabalável diante das adversidades ao longo dos anos.
 
Igreja Nossa Senhora dos Navegantes e a herança de comunhão de uma comunidade
 
Nem sempre os laços se formam apenas no espaço familiar; eles também podem surgir quando um indivíduo passa a se reconhecer como parte de uma comunidade.
 
É exatamente isso que acontece com os fiéis da Igreja Nossa Senhora dos Navegantes. Mais do que simples frequentadores, eles fortalecem seu senso de pertencimento e identidade ao compartilhar valores, crenças e vivências com o grupo ao qual integram.
 
De acordo com pesquisadores, o desejo humano por conexões interpessoais é uma motivação essencial. Todos buscamos estabelecer e manter vínculos infindáveis, estáveis e significativos com outras pessoas.
 
Essas conexões desempenham um papel fundamental na construção das emoções, do comportamento e dos pensamentos de um ser humano, influenciando sua trajetória na sociedade e reforçando os laços que garantem a continuidade da vida em comunidade.
 
O sentimento de pertencimento a um espaço sagrado pode ser passado de geração em geração, fortalecendo laços entre famílias e a comunidade. Foi exatamente isso que aconteceu com a família da senhora Marli Teresinha Marcadenti Ferreira, ex-moradora de Itapuã.
 
No ano passado, ela teve sua casa atingida pela enchente, mas segue sendo frequentadora assídua da igreja, e viu sua história se entrelaçar à da paróquia ao longo dos anos.
 
Essa conexão começou nos anos 80 e se manteve firme até os dias atuais, sendo fortalecida com a participação de novos membros da família na vida religiosa. Mais do que um símbolo de fé, a igreja tornou-se um espaço de união e convivência para todos.
 
“Foi muito importante, reuniu mais ainda a família, ficamos mais presentes no convívio com a igreja”, conta Marli, lembrando que seus filhos a acompanhavam desde pequenos nas celebrações.
 
Essa relação de fé também trouxe momentos emocionantes que marcaram sua trajetória. Filhos, netos e bisnetos passaram pelos sacramentos na igreja — batismo, eucaristia e até mesmo o casamento de sua filha, tornando a igreja parte essencial da história da família.
 
“Hoje, a igreja, com o dobro da minha idade, ainda está muito jovem. Eu fico muito feliz por poder fazer parte dessa história e acho que contribuí com o que pude e espero ter ajudado”, afirma Marli.
 
Mas essa não é apenas a história da Dona Marli e sua família. É também a memória viva da fé, religiosidade e comunhão de toda a comunidade de Itapuã e dos moradores de Viamão, que encontram em Nossa Senhora dos Navegantes sua guia e protetora de todos os dias.

 
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