O dia 23 de setembro, foi um sábado especial, segundo o escritor, historiador e jornalista Eduardo Bueno, o Peninha: “Todos os dias são históricos e hoje é um dia mais histórico”. A Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição recebeu o patrono da 17ª Feira Literária, jornalista José Barrionuevo e seus convidados jornalistas, historiadores, diretores e professores de escolas da rede municipal, autoridades locais e comunidade. O evento teve a parceria da Associação Rio-grandense de Imprensa (ARI), presente com stand na Feira Literária e trouxe uma explanação sobre o livro “Viamão 300 Anos”, obra escrita por Barrionuevo.
A Camerata Presto iniciou a manhã apresentando “As Quatro Estações”, de Antonio Vivaldi, regida por João Paulo Sefrin. “As Quatro Estações é uma série de quatro concertos para violino e orquestra composta no início do século 18. Cada concerto representa uma estação do ano e é caracterizado por uma descrição musical vívida e expressiva da natureza e do clima. Ela é contemporânea dessta Igreja, composta na mesma época, o que faz essa apresentação ainda mais especial”, explica Sefrin.
Anfitrião da Igreja Matriz, o pároco Padre Gustavo Haupenthal, ressaltou que, quando se tem cultura, amor à arte e à música, não há tempo ruim. “Impossível imaginar Viamão sem a Igreja Matriz. Portas e coração abertos, sempre.”
Viamão 300 anos - Lançado no mês de julho, o livro “Viamão 300 anos” – de José Barrionuevo, com organização de Elmar Bones, produção cultural de Vitor Ortiz e prefácio de Eduardo Bueno (Peninha) – proporciona passeio pelos três séculos de ocupação dos Campos de Viamão, a partir da colonização portuguesa.
“Foram dois anos de pesquisas sobre a importância histórica dos Campos de Viamão. Quando cheguei a Viamão, há 15 anos, fiquei encantado e só encontrei uma forma de contar para o mundo sobre o paraíso que vivo: escrevendo um livro. Viamão tem 108 quilômetros de orla, 77 escolas da Rede Municipal e 43 Bandas Escolares. É uma diversidade multicultural”, explica Barrionuevo.
“Viamão foi protagonista da nossa história. Na invasão espanhola, em 1763, a capital foi transferida para cá, por cinco anos. José Custódio de Sá e Faria, militar e arquiteto, projetou um sistema de defesa eficiente por água, em Itapuã. Em Capivari, ele colocou 4 ou 5 fortalezas e até chegou a tomar São José do Norte. Quando a capital foi transferida para Porto Alegre, teve conflito econômico e político, deixando Viamão à margem da história”, ressalta Elmar Bones.
Na opinião de Bones, as grandes comemorações da Semana Farroupilha deviam ser realizadas em Viamão, “porque foi aqui que tudo aconteceu. Viamão é um microcosmo do Rio Grande do Sul e tem preservado seu ambiente natural. Viamão está apta a resgatar o seu protagonismo histórico e político. O Rio Grande do Sul nasceu em Viamão de forma espontânea.”
O jornalista Peninha, concorda com Bones. “Precisamos trazer o Acampamento Farroupilha de Porto Alegre para Viamão. Que bom que Viamão terá turismo ecológico, sustentável e de aventura”. Conhecido por suas opiniões irreverentes, Peninha finalizou: “E falo também sobre iniciarmos um movimento para nome do Guaíba para Lago de Viamão. Temos que invadir Porto Alegre e trazer o Guaíba para onde o Estado nasceu, que é aqui”, finalizou.
O deputado estadual Professor Bonatto confirmou a iniciativa: “o Governo do Estado está fazendo os investimentos no Parque Saint’ Hilaire que, após reaberto, deverá receber um grande Acampamento Farroupilha que atenda não só os viamonenses, mas a toda a região metropolitana”.