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Nesta segunda-feira, dia 22, a Secretaria Geral de Governo, através da Coordenadoria da Mulher e do Centro de Referência de Atendimento à Mulher (CRM), realizou o 1º Seminário de Conscientização sobre o Enfrentamento à Violência Contra a Mulher – “Violência contra a mulher não tem desculpa, tem lei”. O evento marca os “21 dias de Ativismo pelo fim da Violência contra Meninas e Mulheres” e aconteceu durante todo o dia, no Salão de Eventos do Clube dos Casados.

A presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (Comdim), Denise Nunes, coloca o Comdim à disposição das mulheres e fala que o seu papel é dialogar com as partes da rede. “Precisamos de uma rede fortalecida, que dê respostas às demandas.” A promotora de Justiça, Karina Bussmann, fala que a violência familiar atinge a sociedade no geral. “E como mudamos isso? Com uma rede bem estruturada de apoio à mulher, com acolhimento para ela se sentir segura e sair do ciclo da violência.”

A promotora destaca que, na pandemia, apesar da violência doméstica ter aumentado, o número de denúncias diminuiu. “Precisamos repassar as informações da rede de apoio e proteção à mulher e qualificar o atendimento, incluindo o encaminhamento do agressor a um grupo de apoio, para que haja mudança cultural e ele não repita as agressões a outras mulheres.”

RESGATE

O secretário Geral de Governo e de Cidadania e Assistência Social, Rafael Bortoletti, expressa que o trabalho da Rede é resgatar as mulheres. “Elas precisam acreditar e confiar no Poder Público novamente. Nosso desafio é olhar para a sociedade de forma diferente, pois quem antes precisava, agora precisa muito mais de políticas públicas. E, quem não precisava, agora está precisando bastante.”

O prefeito em Exercício, Engenheiro Nilton Magalhães, fala que o homem é fruto de uma sociedade patriarcal. “Como gestor, implantamos a Coordenadoria da Mulher, o CRM e trouxemos a Deam para Viamão. Estamos fortalecendo nossa Rede para que a mulher possa ter apoio na hora de dar um basta à violência.”

MULTIPLICADORAS

A delegada da Deam, Marina Dillemburg, ressaltou que as mulheres precisam conversar mais com outras mulheres e reproduzir o que se ouviu no seminário. Marina explicou que a violência não é só física, mas psicológica, sexual, patrimonial e moral. “É preciso fazer com que essas informações circulem para que possamos acabar com o ciclo da violência.”

DADOS

A diretora de Política para as Mulheres do Estado, Bianca Feijó, trouxe dados sobre a violência no Rio grande do Sul. “De acordo com o último Anuário de Segurança Pública, a violência letal contra mulheres cresceu 0,7% em 2020, sendo que 81,5% foram mortas por companheiros ou ex-companheiros. A pesquisa aponta ainda que as ligações para a emergência de polícia militar aumentaram 16,3% no período – um chamado de violência doméstica por minuto – e o número de medidas protetivas de urgência concedidas cresceu 3,6%.”

Bianca desmistificou que a violência doméstica é coisa de quem vive na periferia e contou três histórias de mulheres graduadas que sofreram violência. “Que geração queremos? É possível mudar! Vamos?”, encerra.

REDE

À tarde os temas abordados foram: “Ciclo da Violência”, pela psicóloga Julia Carvalho Zamora; “Atuação da Brigada Militar no combate à violência contra a mulher no município de Viamão”, pelo Tenente-Coronel Alexandre Duarte; “A importância da Educação no contexto do fortalecimento da rede de proteção e do combate à violência contra a mulher”, pela professora Vanessa Padilha; “Atitude empreendedora para mudar de vida”, pela diretora do SENAC Viamão, Lídia Fraga; “Apresentação das atribuições do COMDIM”, pela Presidenta do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, Denise Nunes; e, “Apresentação do CRM e sua importância no acolhimento às mulheres em situação de violência”, pela coordenadora do CRM e Política da Mulher, Marlene Brandão.