Um momento do dia para uma refeição completa, um banho quente e lavar as roupas. O que pode parecer banal, na verdade é especial para muitas pessoas em condição de rua na cidade.
Nesta sexta-feira, 5 de julho, um dos dias mais frios do ano, a Secretaria da Saúde e a Secretaria de Cidadania e Assistência Social intensificaram a força tarefa de abordagem das pessoas nas ruas, praças e bretes para convidá-las a irem até o Centro POP ou Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Lá, eles têm acesso, não só a alimentação e higiene, mas também doação de roupas e acolhimento.
"Nossa função é devolver para eles o direito ser de cidadão", explica Carla Baptista, referência técnica do Centro POP. Ela conta que, lá, todos têm acesso a oficinas de artesanato, atendimento psicológico, orientação para o mercado de trabalho, produção de documentos e, caso queiram, podem ser encaminhados para o abrigo Restaurar.
Quem opta por passar a noite abrigado do frio, da chuva ou das ruas, encontra na rua Capitão Emílio Nunes, 40 um espaço com área de lazer, refeitório, banheiro, camas e cobertores.
Mesmo quem não aceita sair de seu território, não ficará a margem nestes dias frios. Além de oferecer transporte para que todos possam ir ao Centro POP, as secretarias envolvidas distribuirão "marmitas", cobertores e agasalhos para as pessoas em situação de rua nos locais mapeados. "A prioridade é o atendimento para minimizar a dor das pessoas", conta Elis Pinheiro, redutora de danos do CAPS AD.
Todo o movimento é feito para apresentar aos viamonenses os serviços que a Prefeitura tem à disposição, como atendimento aos usuários de álcool e outras drogas. O CAPS AD, direcionado especificamente para dependentes, também oferece alimentação, roupas para doação e espaço para higiene de quem chega lá.
Todos os dias, atendimentos e oficinas são realizados para integrar as pessoas e oferecer uma opções de renda, como confecção de quadros e produção de velas. "Como atendemos a situação de substância psicoativa e de extrema vulnerabilidade, trabalhamos para garantir a ressocialização das pessoas e a reconstrução da cidadania", garante Ademiel Sant'Anna Jr., coordenador do CAPS AD e psicólogo de saúde mental.
Um dos usuários que estavam no CAPS AD, nesta sexta-feira, Carlos, afirmou que lá ele se sente acolhido e ouvido. "Eu caminhei mais de 10 horas para chegar até aqui, mas vale a pena. Consegui ficar sem usar crack nem bebida", comemora.