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Aí você pergunta o que a Vigilância em Saúde tem relação com a Cultura da Paz. A resposta é tudo. A Secretaria Municipal da Saúde deu hoje o pontapé inicial para mudar o jeito de atender e notificar todo e qualquer caso de violência contra o trabalhador. A coordenadora das Doenças de Agravos não Transmissíveis (Dante), Simone Maciel, verificou o baixo número de notificações de casos de violência do município para o Estado, visto que os profissionais que acolhem as pessoas não sabem como identificar ou abordar o usuário que procura atendimento.

Então, hoje, dia 17, duas profissionais da Vigilância em Saúde do Trabalhador do Estado – Rejane Oliveira e Rosângela Cunha – estiveram sensibilizando os enfermeiros, técnicos de enfermagem, agentes comunitários, ONGs, professores, conselheiros tutelares, entre outros profissionais que acolhem diariamente a população para preencher fichas notificatórias e enviá-las para a Dante. Isso vai gerar dados para o município e mais recursos para serem aplicados em saúde.

O secretário de Saúde, Carlito Nicolait, ressalta que será um novo olhar para o cidadão. “Queremos olhar o cidadão como um todo e para isso é necessário que a nossa rede de serviços converse entre si e saiba identificar a causa da procura por atendimento. Muitas vezes o cidadão, que também é um trabalhador, sofre violência, seja ela física ou psicológica, e acaba transmitindo essa violência recebida, gerando ainda mais violência a outras pessoas. Vamos trabalhar com a prevenção da violência e promoção da cultura da paz, com acolhimento, orientação, fortalecendo e qualificando a relação em rede”, explica Nicolait.

E como isso irá acontecer na prática?

“É um trabalho de formiguinha, que irá repercutir a longo prazo na cidade. Hoje foi só a sensibilização para iniciarmos este trabalho. No decorrer, estaremos qualificando os profissionais para que todos saibam identificar a situação de violência e fazer a notificação para o Dante. Identificando as causas, cruzando os dados, montaremos o perfil do trabalhador e da situação de violência e, assim, poderemos orientar corretamente para que ele não volte a adoecer por esta causa. Poderemos empoderá-lo para que ele saiba tomar as providências quanto à situação de violência em que está inserido e não gerar mais violência. Isso é ter um olhar sensível  e se colocar no lugar do outro, construindo uma rede acolhedora, da cultura de paz”, conclui Simone Maciel.