Dérick dos Santos de Moura, 14 anos, conquistou três medalhas de ouro e uma de bronze na prova de natação nas Paralimpíadas Escolares 2018. O estudante do 8º ano da EMEF Alberto Pasqualini, Santa Isabel, levou três medalhas de ouro em nado crawl, peito e costas e uma de bronze em nado borboleta. As provas foram realizadas de 19 a 24 de novembro, no CT Paralímpico, em São Paulo.
Dérick é atleta paralímpico pelo Grêmio Náutico União (GNU). Ele treina todas as segundas, quartas e sextas-feiras pela manhã, no horário inverso ao escolar. “Na sexta também tenho treino à noite”, completa. Para ele, todo esforço vale a recompensa. “Depois que comecei a treinar, as portas se abriram para mim”, conta. O adolescente começou a praticar a natação por orientação médica. Morador da Santa Isabel, o adolescente ficou sabendo do projeto Chuá, no Clube dos Casados (Centro), e começou a fazer as aulas três vezes por semana com a professora Geneci. Dérick gostou do esporte e começou a se destacar, sendo convidado a participar de competições paralímpicas, quando foi convidado pela professora Fernanda a treinar no Lindóia Tênis Clube. “Isso aconteceu antes de eu ingressar na equipe paralímpica do GNU, coordenada pela professora Fernanda.”
Em 2017, Dérick também participou das Paralimpíadas Escolares e conquistou duas medalhas de ouro, em nado livre e nado crawl. Mas seu sonho é estar em Tóquio, em 2020, representando o Brasil nas Paralimpíadas.
O destino
Por imprudência de um motorista, Dérick, aos 9 anos de idade, viu sua vida mudar drasticamente. “Era um dia comum.”, conta. “Estava com minha mãe, Cláudia, voltando para casa, na calçada, na Cecília, próximo à garagem da Evel, quando um motorista, que estava alcoolizado, perdeu o controle do veículo, invadiu a calçada e me atropelou.” Dérick ficou internado por oito meses no hospital para se recuperar do acidente e combater uma trombose que atacou suas pernas. “Para evitar que a infecção se espalhasse pelo meu corpo, os médicos precisaram fazer amputação da minha perna direita e um pedaço do pé esquerdo.”
A recuperação foi demorada e dolorosa. O menino que antes corria e brincava, agora precisava de uma cadeira de rodas para se deslocar. A baixa estima começou a tomar conta do garoto. Foi quando o médico indicou a natação como uma atividade esportiva e de interação social. De lá para cá, Dérick exibe um vasto sorriso no seu rosto. Ele colhe vitórias dia a dia e seus sonhos voam cada vez mais alto. Além de ser campeão nacional, o adolescente é Tri Campeão Gaúcho de Natação Paralímpica, na modalidade livre de 50 e 100 metros. “Vamos torcer para que em 2020, Dérick represente o nosso país nas Paralimpíadas, em Tóquio”, expressa a diretora da EMEF Alberto Pasqualini, Vera Porto Alegre, que torce e vibra por cada conquista do garoto.