Como escrever um livro? Por que escrever um livro? Com que idade pode se escrever um livro? Estas foram algumas das curiosidades dos estudantes dos 3º, 4º e 5º anos das escolas visitadas pela escritora Margarida Botelho, na manhã chuvosa desta terça-feira, dia 18. A autora dos livros Eva e Yara veio de Lisboa, em Portugal, para falar sobre suas experiências.
A secretária de Educação, Marcia Culau, explica que a Secretaria Municipal de Educação (SME) adquiriu 120 exemplares de cada obra para as escolas. Compramos o livro e a editora Paulinas, que estava trazendo a escritora para a Feira do Livro de Porto Alegre e para outras formações, propôs que a autora tivesse um contato direto com os seus leitores. Selecionamos algumas escolas e estamos proporcionando este presente para os nossos alunos. A primeira visita acontece hoje. Na próxima semana, dia 24, a escritora volta para visitar mais quatro escolas.
As duas escolas visitadas pela manhã, EMEF São Tomé e EMEF Brasília, trabalharam os livros durante duas semanas e propuseram que as crianças fizessem uma releitura das obras em desenho, maquete e pintura. Quando a escritora chegou, todos esperavam ansiosamente com muitas perguntas. Margarida contou que é arquiteta e que possui uma oficina na sua casa onde faz os personagens que ilustram o livro. Ela utiliza o couro nas suas criações, monta os cenários e o seu marido, que é fotógrafo, retrata a cena. Cada cena retratada vira uma página do livro. Mas, e para escrever, como ela faz?
Margarida conta que Eva e Yara são histórias verídicas e que as personagens existem. Para escrever os livros, a autora fica imersa em uma comunidade muito diferente da sua, por um mês. Ali ela dorme na casa deles, come o que eles comem, cheiram o que eles cheiram e vive os seus costumes. Na história de Eva, a escritora viveu um mês em Moçambique, na África, na casa de Eva, e fez esta analogia com a vida de uma criança na mesma faixa etária que mora em sua cidade, em Lisboa. Na obra Yara, Margarida morou na tribo Kaiapó, na Amazônia, aqui mesmo no Brasil, e também faz este comparativo das duas realidades bem distintas, de um povo que fala a mesma língua, o português, mas que são tão diferentes.
As assessoras pedagógicas Carla Santanna e Cíntia Kath acompanharam as palestras e elogiaram o modo como as professoras trabalharam as histórias com seus alunos.