Sirvam nossas façanhas de modelo a toda Terra. Viamão foi palco de lutas, batalhas e guerra na Revolução Farroupilha. Somos um povo Bravo, Aguerrido e Forte. Temos muitas virtudes e não nos deixamos ser escravos, ressalta o prefeito, Valdir Bonatto, na abertura do Desfile Farroupilha. O prefeito destacou também que Viamão reacendeu a chama da esperança. O viamonense nunca deixou de sonhar, prospectar e enfrentar desafios. Que continuemos a sonhar e a acreditar numa cidade melhor, cada um fazendo a sua parte. Viamão completou 275 anos e agradeço a toda comunidade que tem nos oportunizado a dividir, a construir, consolidar e apresentar alternativas de desenvolvimento, de crescimento e de mudança, especialmente porque a comunidade traz em sua base o valor, a ética, a moral, o compromisso e a chama acesa do gaúcho, que enfrentou todos os seus desafios históricos e que permitiu a caminhada para chegarmos até aqui.
O presidente da União Tradicionalista Viamonense, Jorge Gomes, agradeceu o apoio da Prefeitura, com toda a estrutura, para a realização do evento. O secretário de Cultura, Rui Martins, agradeceu o empenho de todas as secretarias envolvidas para a realização do Desfile Farroupilha e falou que a história e a cultura permanece viva, através dos monumentos, como a Cruz das Almas, a Trincheira Tarumã e o Obelisco da Revolução Farroupilha, bem como o museu, que guarda uma lança usada nesta guerra.
O Desfile Farroupilha foi aberto pela invernada juvenil do CTG Charqueadores do Pampa, seguido pelo grupo de danças Eu Sou Do Sul. Depois, os cavalarianos da Comitiva da Chama Crioula, que foram buscar uma centelha em Triunfo, trouxeram as lanças, os pavilhões das bandeiras e o archote com a chama. Pela primeira vez, a Polícia Civil participa da comemoração, desfilando com seus carros, juntamente com a Brigada Militar e a Patrulha Escolar. Foram cerca de 35 entidades participantes, entre CTGs, piquetes, cabanhas e associações. O número de equinos duplicou, em relação ao ano passado, somando nesta edição 389 cavalos. O evento teve a duração de duas horas e meia e levou centenas de pessoas às arquibancadas, que permaneceram até o final, mesmo debaixo de uma chuva fina.
O tema dos festejos farroupilhas, ano em que se comemora os 180 anos da Proclamação da República Rio-Grandense, é República das Carretas. Durante a Revolução, os farroupilhas necessitavam mudar a sua capital várias vezes, passando por Piratini, Caçapava e Alegrete. A cada troca de endereço, toda a documentação da República era transportada em carretas.
Uma das invernadas levou a batalha para a avenida central da cidade, mas quando todos pensaram que ali iria ser representado mais uma guerra, as tropas inimigas se cumprimentaram e simbolizaram a paz. Ao final, do desfile outra encenação foi destaque, revivendo o momento em que as estâncias onde as mulheres ficavam abrigadas eram invadidas.
Saiba mais:
A Revolução Farroupilha foi a mais longa guerra civil da história brasileira, durando de 1835 até 1845. Foram dez anos de batalhas entre Imperialistas e Republicanos;
Em primeiro de março de 1845, os imperialistas, liderados por Duque de Caxias e os republicanos farroupilhas assinam um tratado de paz, o "Tratado de Poncho Verde", e a guerra termina.
No tratado, fica estabelecido que o império pagaria as dívidas do governo republicano e os oficiais republicanos seriam incorporados ao exército brasileiro. Todos os escravos que haviam lutado nas tropas republicanas seriam declarados livres e os prisioneiros de guerra seriam devolvidos. As taxas alfandegárias para importação do charque estrangeiro teriam preço elevado, favorecendo o charque gaúcho.