Inovar é encontrar soluções para pequenos ou grandes problemas. Não significa necessariamente inventar a roda ou ter uma ideia que renda lucro toda semana. Inovar é quebrar padrões. Encontrar novas maneiras de fazer algo que já é feito há muito tempo, sempre do mesmo jeito. É resolver problemas ou se antecipar a eles. É trabalhar integrado na comunidade.
Essa foi a proposta da Secretaria Municipal de Educação de Viamão para as direções de oito escolas municipais: Cisne Branco, Felisberto da Costa Nunes, Frei Pacífico, Santa Isabel, Jerônimo Porto, São Jorge, Jardim Outeiral e Presidente Getúlio Vargas. As escolas já têm um reconhecimento na comunidade pelos trabalhos desenvolvidos e agora chegou a vez de buscar soluções conjuntas para sanar os problemas locais. Acreditamos que o que se faz hoje é muito bom, mas pode ainda ser melhor, destaca a secretária de Educação, Marcia Culau.
Hoje o sistema está meio desconectado com a necessidade real do jovem e o mercado de trabalho. Temos que inovar. Mas isso não quer dizer que é só aplicar modelos prontos. Não, o modelo tem que ser construído a partir da comunidade escolar, com professores, pais e alunos e criar uma rede de escolas para trabalhar juntas, construir uma relação de confiança juntas e procurar soluções em conjunto, ressalta o consultor do Global Education Leader's Program (Gelp), de Londres, Joseph Harrington, que está assessorando Viamão nessa empreitada, a convite da Fundação Telefônica.
Escolas inovadoras quebram muros reais e invisíveis, dão voz às crianças, querem os pais e a comunidade por perto, repassam responsabilidades aos pequenos e dão importância ao pensar e ao argumentar em vez da repetição e exposição de conteúdo. Nessas escolas, o professor desce do tablado para mediar os alunos na construção do conhecimento e a brincadeira se torna a melhor forma de aprender para a vida, destaca a a consultora do Laboratório de Inovação Educacional (Labi), Lyna Malheiros (São Paulo).
Lyna, Harrington e as analistas de projetos da Fundação Telefônica, Nayara Romero e Renata Altman, estiveram esta semana em Viamão para fazer uma imersão com os professores, as direções, as coordenações pedagógicas e a equipe da Secretaria Municipal de Educação. Harrington trouxe algumas experiências de escolas inovadoras pelo mundo, como na Austrália, Estados Unidos, Reino Unido, Chile e no Brasil, em Viamão. São escolas que apresentam um trabalho diferenciado e envolvem a comunidade nos seus projetos para compartilhar os mesmos resultados. O exemplo da escola Zeferino Lopes de Castro, aqui de Viamão, mostra que a escola tem identidade e os seus projetos são refletidos na comunidade, inclusive com soluções para problemas do dia a dia, explica.
O consultor do Gelp propôs um exercício, num primeiro momento, para as professoras identificarem três desafios e suas soluções. No segundo dia de imersão, os desafios foram conjugados e as equipes diretivas tiveram que planejar as ações para implementar os desafios, com a participação da comunidade. À tarde, a oficina foi dirigida à assessoria pedagógica, que acompanhará as oito escolas na inovação. Harrington ressalta que durante o processo deverão ser feitas avaliações e integração com as oito escolas, engajando também os pais no processo de aprendizagem.
A secretária de Educação esclarece que a inserção da inovação deve iniciar no próximo período letivo, em março. Marcia agradece a parceria da Fundação Telefônica, que disponibiliza consultoria pedagógica e tecnológica do Gelp e da Hardfun à EMEF Zeferino Lopes de Castro e que também nos oportunizou estes dois dias de encontro com a assessoria de Harrington. Em nome da Fundação Telefônica, agradeço a oportunidade em fazer parte deste momento em que o município está renovando o modelo de ensino. É um privilégio para nós, secretaria, alunos e comunidade. Visualizo um futuro promissor entre Viamão e a Fundação Telefônica, encerra Renata.
O que se sabe deve ser compartilhado. Isso significa uma mudança no papel do professor hoje. Ele deixa de ser só um professor para tornar-se um protagonista a rodar ao redor do mundo, finaliza o consultor do Gelp.