A agulha da seringa torna-se um monstro horrível na visão de uma criança. Mas, na realidade, ela devia ser vista como uma fada. Como por um encanto, após a fatídica picadinha, a criança fica protegida contra doenças. Às vezes o choro é maior que a dor e acaba cortando o coração da mãe, pai, ou responsável por levar a criança a ser imunizada.
Só a vacina tem o poder de atuar diretamente na prevenção de doenças. Ela evita epidemias ou sofrimento pessoal com doenças e tratamentos. As vacinas agem contra vírus e bactérias que geram diferentes patologias ao corpo humano. Além disso, a vacina pode chegar a erradicar doenças de uma sociedade. Afinal, ao ter pessoas imunes, a doença para de ser transmitida.
Foi o que fez Daniel Costa, 39 anos, pai de Gabriel Costa ,11 anos. Nesta semana ele levou seu filho na UBS São Lucas para mais um carimbo na sua carteira de vacinação e ficar protegido. O garoto, bastante corajoso, levou uma picadinha e recebeu o reforço da Meningocócica C conjugada. Costa está sempre atento à saúde de seu filho e confessa que não gosta de agulhas. “Meu filho é meu herói”, brinca. O pai recebeu elogio, pois a carteira de Gabriel está em dia.
Agora a Secretaria Municipal de Saúde está com o sistema de imunizações informatizado. Os dados da vacina, como lote e laboratório, são lançados no computador, bem como a data da aplicação da imunização e o nome de quem a aplicou. Caso a carteira da criança seja extraviada, as vacinas ficam registradas no prontuário do paciente. O sistema também controla o estoque da vacina na unidade de saúde, diminuindo automaticamente cada dose aplicada.
Tipos de vacinas
Atualmente, existem vacinas para diversas doenças (gripe, poliomielite, febre amarela, rubéola, meningite, dengue, tétano, etc). As campanhas de vacinação, coordenadas pelo Ministério da Saúde têm conseguido controlar e, em alguns casos, até mesmo erradicar doenças.
Em Viamão, o Departamento de Imunizações da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) é responsável pelo controle e distribuição das vacinas nas 17 salas de vacinação, uma em cada unidade de saúde. As vacinas que chegam ao município são provenientes do Programa Nacional de Imunizações (PNI), responsável pela definição das estratégias para crianças, adolescentes, adultos, idosos e povos indígenas, com vacinas indicadas em calendários de vacinação específicos para cada grupo. Elas são acondicionadas em geladeiras inteligentes e mantidas a uma temperatura entre 2 e 8 graus, que em caso de queda ou falta de energia elétrica, elas são capazes de segurar a temperatura por até 48 horas.
De acordo com a enfermeira coordenadora do Departamento de Imunizações, Karen Carvalho, hoje o calendário está composto por 22 vacinas, aplicadas na idade de 0 a 65 anos. A última que foi inserida no calendário é HPV, contra o câncer de colo de útero. Em 2017, foram imunizados 3.377 adolescentes com doses de HPV (meninas, de 9 a 14 anos, e meninos, de 11 a 14 anos). “O objetivo é a erradicação do câncer do colo de útero no futuro, onde o Estado apresenta um número elevado de casos. A aplicação nos meninos é para que eles não transmitam o vírus.”