A exposição A Cara da Diversidade é o resultado do trabalho realizado nas oficinas da arte dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) Renascer e D Nova vida. As oficinas fazem parte do plano terapêutico dos usuários portadores de sofrimentos metais e não têm a pretensão de formar artistas, e sim buscar autonomia e integração de usuário no ambiente social e cultural da cidade. A arte tornou-se uma ferramenta fundamental neste processo por utilizar-se da criatividade para a expressão das emoções, esta é uma forma de cuidado na saúde mental, é a arte e ciência juntas a favor de vida, ressalta o oficineiro e artista plástico Júlio Rodrigues.
A arte como expressão criativa para a recuperação das pessoas sofredoras de perturbação mental começou a ser inserida em formas de oficinas terapêuticas a partir de um estudo da médica psiquiátrica Nise da Silveira, no fim dos anos 30. A médica brasileira conseguiu demonstrar na prática que a associação entre as perturbações mentais e as expressões artísticas faz parte da história do homem. A arte transcende, ignora a diferença entre as frágeis fronteiras da sanidade e da loucura, relatou Nise, quando escreveu o plano de desenvolvimento da terapêutica ocupacional nos hospitais psiquiátricos federais, a pedido de Jânio Quadros, presidente da República na época.
A Cara da Diversidade pode ser apreciada até o dia 30 de setembro, no saguão de entrada do Centro Municipal de Cultura e Esporte (rua Açores, 951, Tarumã), de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 17 horas. A visita em grupos pode ser agendada pelo telefone 3435.3374.