Você já pensou em ser padrinho ou madrinha de alguém? Pois agora pode! A Comarca de Viamão lançou o projeto Apadrinhar, na tarde de quinta-feira (11). A iniciativa foi da juíza Titular do Juizado da Infância e Juventude, Carine Labres, e tem por objetivo possibilitar a construção de vínculos afetivos entre adolescentes em situação de acolhimento, com pessoas da comunidade. O projeto é voltado a adolescentes com remotas possibilidades de retornarem às famílias biológicas ou que não fazem parte do perfil desejado para adoção (adolescentes entre 12 e 17 anos), grupos de irmãos e jovens com deficiência.
Passear, brincar, viajar, apoiar e orientar são atribuições de qualquer padrinho. “Mas, para crianças e adolescentes que vivem em abrigos ou casas lares, com poucas chances de adoção, esta pode ser a oportunidade de construírem laços afetivos duradouros fora da instituição em que vivem”, explica Carine. Padrinhos e madrinhas podem visitar regularmente seu afilhado ou afilhada, além de acompanhar em eventos da escola e outras atividades. A iniciativa não concede a guarda dos jovens aos padrinhos, mas permite que façam parte da vida dos afilhados, desempenhando um importante papel de incentivo e carinho.
De acordo com o secretário de Cidadania e Assistência Social, Leandro Aguirre, existe uma preocupação, tanto do Município, quanto do Estado, principalmente com os adolescentes que estão prestes a completar 18 anos. “Estamos estudando a criação de um centro de apoio, em forma de república, para que os jovens possam ser encaminhados ao completar 18 anos. Nossa ideia é de que a república seja uma base até o jovem possuir autonomia para se sustentar e tocar sua vida”, ressalta Aguirre.
Amor maior
A empresária Amanda Cardoso, 25 anos, está disposta a fazer as oficinas para ser madrinha de uma criança. “Meu sonho é adotar, mas vou começar sendo madrinha. Acredito que este seja o primeiro passo até a adoção.” Sédila Oliveira, 55 anos, também foi se candidatar à madrinha. “Tenho tempo e disponibilidade para acompanhar e ser madrinha, mas quero fazer as oficinas para ter certeza disso.”
O diferencial do projeto de Viamão, segundo a juíza Carine Labres, é que não serão os padrinhos e madrinhas que escolherão seus afilhados e sim os adolescentes. “Ao longo do curso, teremos uma oficina na qual os candidatos gravarão um vídeo falando de si e da sua família. O vídeo será apresentado aos adolescentes e eles que escolherão, conforme afinidade, quem querem que seja seu padrinho ou madrinha. É uma forma de darmos empoderamento para esses adolescentes buscarem uma referência fora do âmbito do abrigo e escolar”, finaliza a juíza.
QUEM PODE SER PADRINHO OU MADRINHA: