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MAI
19
19 MAI 2017
SAÚDE
Saúde Mental vai à praça com atividades no Dia de Luta Antimanicomial
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“Não é sobre ter todas as pessoas do mundo pra si. É sobre saber que em algum lugar, alguém zela por ti. É sobre cantar e poder escutar mais do que a própria voz. É sobre dançar na chuva de vida que cai sobre nós. É saber se sentir infinito, num universo tão vasto e bonito, é saber sonhar. Então fazer valer a pena, cada verso daquele poema sobre acreditar...”

Essa letra da música de Ana Vilela, é um poema e um hino cantado a muitas vozes, por pessoas que hoje não mais se sentem só. Por seres humanos que hoje não precisam ser excluídos da sociedade para serem tratados devido aos seus sofrimentos psíquicos ou pelo uso de álcool e drogas. Essa é a Luta pelo fim dos manicômios, Dia 18 de maio – Dia da Luta Antimanicomial, que levou usuários do sistema de saúde mental, equipes de atendimento e acolhimento para passar o dia em praça pública, falando de estigmas, redução de danos e projetos de vida.

“O ouvir e o acolhimento é fundamental no processo de resgate da autoestima do usuário com transtornos psíquicos”, explica a coordenadora do CAPS AD, Luciana Moro. “Nosso trabalho é ouvir sua história de vida e ajudar no que for necessário, seja com encaminhamento para confecção de documentação, para cadastramento a benefícios sociais, roupas, medicação, e integrando-o aos cuidados e às políticas públicas municipais.”

A coordenadora de Saúde Mental de Viamão, Vanessa Bettiol de Oliveira, disse estar muito feliz em poder mostrar o trabalho de integração e resgate da auto-estima do cidadão, sem perder os seus vínculos. De acordo com Vanessa, a luta dos trabalhadores da saúde mental pelo fim da reclusão, começou em 1987, mas só em 2001 foi que virou lei. “A Lei da Reforma Psiquiátrica (Lei 10.216/2001) deu início ao processo de substituição dos hospitais psiquiátricos por uma rede de serviços que oferecem cuidado em liberdade e desinstitucionalização. Esta lei preconiza a reestruturação da atenção em saúde mental, defende os direitos das pessoas que necessitam de tratamento e propõe serviços que ofereçam este tratamento sem que isto signifique exclusão da vida social ou perda dos direitos e do lugar de cidadão”, destaca Vanessa.

O secretário da Saúde, Luis Augusto de Carvalho, ressalta que o município é referência em saúde mental no Estado. “Viamão foi precursor na implantação dos CAPS e hoje conta com dois Centros de Atenção Psicossocial (Renascer e Casa Azul), um Centro de Atendimento Psicossocial Álcool e Drogas (Nova Vida) e um Centro de Atendimento Psicossocial Infantil (Aquarela). Estamos em construção de um prédio próprio para o CAPS próximo ao Centro para oferecermos uma melhor estrutura de trabalho para os nossos usuários. Oferecemos um serviço de qualidade, que é referência. Isso é fazer a diferença na vida das pessoas”, destaca.

O vice-prefeito, Valdir Elias – Russinho, lembra que o município foi precursor no processo de implantação dos CAPS no Estado, com a criação da Acamvi – Associação dos Usuários e Familiares do Centro Integrado de Atenção à Saúde Mental de Viamão – que hoje tem como presidente Loreto Nunes. “Proporcionamos cuidado e trabalhamos a autonomia do usuário, juntamente com a reinserção na sociedade”.

Durante todo o dia, aconteceram atividades no Calçadão Tapir Rocha. Música, apresentação teatral, corte de cabelo pelos alunos do Senac, brechó, exposição e venda de artesanato confeccionados nas oficinas terapêuticas, venda dos produtos da horta compartilhada, tenda de vídeo, além de serigrafia com a arte do Dia de Luta Antimanicomial. Era só levar a camiseta, que a estamparia era fornecida gratuitamente. Uma grande roda de conversa e confecção simbólica de rede uniu equipe terapêutica dos quatro CAPS do município, da ESF Itapuã e do Serviço Residencial Terapêutico Morada Viamão (SRT). O microfone ficou aberto para quem quisesse contar um pouco sua história de vida.

Histórias X recomeços

Muito alegre e expressiva, dona Heloisa contou como chegou a essa “nova vida”. “Eu estava na rua, não tinha casa, e de repente peguei uma pedra e atirei contra um carro. Era um carro da Prefeitura de Porto Alegre. Um homem saiu de dentro e me encaminhou para o São Pedro. Lá fui acolhida, tratada com dignidade, fiz meus documentos, fui encaminhada para receber dinheiro no banco, arrumei meus dentes e hoje vivo feliz numa residência. Tenho um tutor e liberdade para sair. Até viajar sozinha eu já viajei”.

Cair, levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima. Esse é o lema de Adão, 68 anos, integrado na rede de atendimento do CAPS AD. “Comecei a beber cerveja com 12 anos e depois passei para os destilados. Assim fui vivendo até encontrar amparo e amigos no CAPS. Foram mais de 40 anos de alcoolismo. Estava há nove anos sem beber, mas tive uma recaída e agora estou três meses sem beber.” Adão é o responsável pelos apanhadores dos sonhos que estavam sendo vendidos no evento. Ele aprendeu a confeccionar no CAPS e hoje leva o seu trabalho para vários eventos dentro e fora do município. Até mesmo já ministrou oficina. O orgulho por fazer uma arte que é admirada por todos o deixa bem, em paz. Adão conta que já se envolveu com uma outra usuária do CAPS, mas disse que não deu certo porque ela não queria largar o vício. Mas ainda não desistiu de ter uma companheira e está na busca da sua cara-metade.

Resgatando a identidade e a autoestima

Como é bom falar e ser ouvido. Saber que alguém quer te ajudar e conseguir amparo para seguir em frente nas horas difíceis, onde as tentações ou as vozes ecoam mais alto que a sua própria força. Esse é o trabalho diário das equipes terapêuticas dos CAPS, que acolhe e encaminha para as atividades em grupo, ou individual, conforme avaliação.

Como é feito o acolhimento?

O usuário chega e é recebido por uma pessoa que faz uma avaliação e o encaminha para as atividades que considera mais favoráveis naquele momento. De acordo com a coordenadora do CAPS AD, Luciana Moro Machado, o trabalho de acolhimento também é realizado em conjunto com o Consultório de Rua, que tem uma equipe que atua nos lugares onde é feito uso abusivo de drogas. Luciana conta que as reuniões destas equipes de trabalho são quinzenais, onde são criadas estratégias de abordagem e encaminhamentos, mapeamento dos territórios onde os usuários de drogas se concentram. A coordenadora explica que a o CAPS trabalha com a redução de danos, ou seja com a diminuição da ingestão do álcool e drogas progressivamente, não necessariamente a sua abstinência. “Inserido na família CAPS, o usuário vai resgatando sua autoestima progressivamente, construindo um novo projeto de vida, reorganizando sua vida e suas prioridades, com a ajuda da sua família”, explica Luciana.

Saiba mais:

– O Movimento de Luta Antimanicomial se caracteriza pela luta pelos direitos das pessoas com sofrimento mental.

– O Movimento tem como meta a substituição progressiva dos hospitais psiquiátricos tradicionais por serviços abertos, de tratamento e formas de atenção dignas e diversificadas, de acordo com o sofrimento do paciente.

– A partir da reforma psiquiátrica, surgem os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), espaços especializados, regionalizados de atenção diária compostos por equipes interdisciplinares que visam o atendimento singular e a reinserção do usuário na sociedade.

Onde encontrar acolhimento?

– CAPS AD – Avenida Bento Gonçalves, 443, Centro. Horário de atendimento: das 8 às 21 horas. Telefone: 3485.8762

– CAPS II Renascer – Rua Dois de Novembro, 167, Centro. Horário de atendimento: das 8 às 18 horas. Telefone: 3492.8913

– CAPS II Casa Azul – Rua Leopoldo Migues, 55, São Lucas. Horário de atendimento: das 8 às 18 horas.

– CAPS II Infantil – Avenida Bento Gonçalves, 434, Centro. Horário de atendimento: das 8 às 18 horas.

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Saúde Mental vai à praça com atividades no Dia de Luta Antimanicomial

“Não é sobre ter todas as pessoas do mundo pra si. É sobre saber que em algum lugar, alguém zela por ti. É sobre cantar e poder escutar mais do que a própria voz. É sobre dançar na chuva de vida que cai sobre nós. É saber se sentir infinito, num universo tão vasto e bonito, é saber sonhar. Então fazer valer a pena, cada verso daquele poema sobre acreditar...” Ana Vilela

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