A entrega aconteceu na noite desta segunda-feira, dia 26, e o caso que trouxe o prêmio Salvador Celia para Viamão foi o da agente Comunitária de Saúde Vanja Silva Leal. O Prêmio é uma homenagem ao Dr. Salvador Celia, reconhecido psiquiatra infantil que dedicou parte de sua vida a estudar e promover ações de cuidado a bebês e crianças. A premiação fez parte do 12º Seminário da Primeira Infância, realizado pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Viamão foi um dos 14 municípios premiados pelas atividades realizadas e recebeu troféu e certificação em solenidade especial.
O Programa Primeira Infância Melhor é uma política pública de saúde e já está implantado em 247 municípios gaúchos. Inspirou o Programa Criança Feliz, do Ministério do Desenvolvimento Social, e a implantação de programas similares em outros estados brasileiros.
O caso relatado por Vanja, narra um fato acontecido em 2007, quando foi atender a uma família que mudou-se para Viamão. “A família era composta por um casal de jovens e uma filha com um ano de idade. Logo a mãe ficou grávida novamente, mas apresentava-se resistente às visitas e não fazia o pré-natal. O bebê nasceu prematuro e com baixo peso e o atendimento passou a ser realizado de forma integrada, com um formulário para o acompanhamento da criança no qual continham os dados do RN, a data da consulta, peso, tipo de aleitamento, vacinas feitas desde a última visita, bem como a data de sua realização.”
A agente comunitária explica que o controle era repassado para a enfermeira no final de cada mês, junto com a ficha de atendimento, assinada pela mãe ou responsável pela criança. “O bebê crescia, mas não ganhava peso e vinha com várias internações por problemas respiratórios. Minhas visitas ficavam mais difíceis, já que a mãe não permitia que eu visse a criança. Aos nove meses de vida, vítima de um mal súbito, o bebê veio a falecer. Amanheceu morto no meio dos pais, o socorrista do Samu, que atendeu o chamado na época, referiu que provavelmente a criança morrera sufocada, durante o sono dos seus pais.”
Vanja conta que dois meses após o óbito, a jovem mãe quis processar pela morte de seu filho. O que a fez desistir foi que todos os atendimentos estavam relatados em formulário, devidamente assinados. “Este fato mostra o quão importante é articularmos os serviços da rede de modo integrado para a promoção das famílias. Inúmeras são as tentativas em rede para a prevenção, embora nem todos os resultados possam ser exitosos”, lamentou a agente no final da sua exposição.