Um tema polêmico, que exige muito jogo de cintura dos professores e equipe diretiva para ser abordado dentro das escolas foi o escolhido para iniciar a formação dos professores do Galera Curtição 2018. O bullying é um conjunto de atitudes agressivas, intencionais e repetitivas entre alunos, marcadas pelo desequilíbrio do poder, causando dor, angústia e sofrimento.
A formação foi realizada na tarde desta sexta-feira, dia 4, no Centro de Formação Profissional Walter Graf e reuniu cerca de 200 profissionais das secretarias municipais da Educação, Saúde e Cidadania e Assistência Social, que estarão trabalhando diretamente com as 55 escolas inscritas no projeto. O objetivo foi desenvolver habilidades emocionais para enfrentamento ao bullying e à violência escolar.
De acordo com o Doutor em Sociologia e especialista em segurança pública e direitos humanos, Marcos Rolim, a prevenção à violência e às DSTs na escola é uma das iniciativas mais importantes hoje no Brasil. “Temos que ter outro olhar para os jovens das escolas públicas que já vão para a escola estressados socialmente, por conta da miséria e da violência em que vivem nas suas moradias. Eles acabam tendo muita dificuldade de aprendizagem por irem para a escola estressados, terem pouca concentração e estarem abalados por esta conjuntura”, explica.
Rolim ressalta que é importante que a escola possa responder de maneira competente a essa dinâmica. “Chamar a atenção dos professores para as capacidades socioemotivas é muito importante e pode alterar a vida de muitos jovens.” Para o Doutor em Sociologia e especialista em segurança pública e direitos humanos, o bullying acaba sendo um desafio, podendo transformar a vida de um estudante num inferno, levando-o a evadir, ter um baixo desempenho escolar ou até mesmo a cometer suicídio. “Tudo o que for construído dentro da escola para que haja um ambiente mais saudável, para que os alunos sejam acolhidos e se sintam em paz, vai permitir um melhor desempenho e evitar a evasão”, encerra.
A coordenadora do Galera Curtição, Jaqueline Machado, destaca o desenvolvimento de habilidades emocionais para transformar a escola num espaço mais acolhedor, afetivo e de empatia entre os alunos. “Muitas vezes os alunos não desenvolvem a afetividade e o respeito ao próximo no ambiente em que vivem e isso reflete dentro das escolas e das suas relações sociais. Tivemos a formação com os professores, teremos a formação os alunos e cada escola terá de montar um plano de ação para transformar o lugar mais acolhedor”, explica Jaqueline.
A professora de história, geografia, religião e EJA das escolas municipais Ricardo Faicker Nunes (Jary) e Vinte de Setembro (Cecília), Simone Pastoriza de Fortes, fala que a palestra reforçou o conceito da violência para as suas causas. “Foi muito boa a palestra. Apontou a forma de abordagem e reforçou a linha de trabalho com o objetivo de resgate real. Temos que resgatar o aluno para que o resultado seja positivo. Estou com muitas ideias para apresentar à equipe diretiva para que consigamos amenizar os conflitos e trabalhar o estresse em sala de aula”, finaliza Simone.