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AGO
31
31 AGO 2017
EDUCAÇÃO
Rolim fala aos professores sobre a violência e a transformação pela educação
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A Prefeitura de Viamão, através das secretarias de Educação e de Saúde, executoras do projeto Galera Curtição, trouxe o doutor em Sociologia, Marcos Rolim, para falar sobre o tema “Violência, Educação e Pensamento”. A palestra foi uma atividade do Galera Curtição, programa competitivo que está sendo desenvolvido em 53 escolas públicas, abordando temas como violência, bullying, diversidade, IST, etc. O evento foi aberto ao público, mas valia ponto para os professores inseridos no Galera Curtição.  

O secretário de Educação, Carlos Bennech, fala que a sociedade está vivendo uma realidade triste, que é o abuso de álcool, de drogas e da violência. “Nós, professores, não tínhamos ferramentas necessárias para dar conta de tudo que vem aparecendo. E esses momentos de formação, onde reúne professores e profissionais da saúde são riquíssimos. Temos a oportunidade de sermos ouvidos e trocarmos ideias, buscando ferramentas para aplicarmos na nossa realidade, nas nossas escolas, transformando vidas. Queremos inverter a violência e o caminho, sabemos que é através da educação.”

Já o secretário de Saúde, Luis Augusto de Carvalho, ressalta que o Galera Curtição tem por objetivo discutir temas importantes e complexos, que vem ao encontro do cuidado integral. “Com o Galera Curtição buscamos avançar cada vez mais as políticas públicas para fazermos a diferença na vida desses adolescentes. Mas, o protagonismo não é só dos alunos, é de vocês, professores, que vivenciam e que lutam diariamente por um futuro melhor para esses adolescentes.” Carvalho coloca a Secretaria de Saúde à disposição dos profissionais. “Estamos juntos nessa caminhada, vocês não estão sozinhos”, finaliza.

Tese  

O doutor em Sociologia, durante sua tese, realizou um estudo sobre a etiologia da violência extrema. Seu trabalho envolveu 111 jovens, com entrevistas na Fundação de Atendimento Socioeducativo do Rio Grande do Sul (Fase) – para onde são destinados infratores –, em uma escola de periferia e no Presídio Central de Porto Alegre. Em quatro anos de pesquisa, o especialista detectou um contrassenso em sua amostra: o adolescente que mata ou comete delitos graves não vem de uma família desestruturada ou do vício pela droga, mas principalmente da evasão escolar.

“O treinamento violento se dá quando alguém, geralmente mais velho, instruiu o indivíduo no manuseio da arma, ensina a bater antes de apanhar, valoriza atos de violência e mostra que eles dão mais reconhecimento dentro do grupo. É uma espécie de socialização perversa que acontece na adolescência, fase da vida em que as relações de natureza horizontal são muito importantes. O jovem precisa romper o vínculo simbólico com o pai e a mãe, ainda não construiu os vínculos tradicionais do mundo adulto, não está casado, não tem emprego, não tem filhos, então a opinião do grupo importa muito. De repente, tu tens famílias que são pobres, mas extremamente honestas, com filhos criminosos. Os relatos que ouvi eram – eu tinha de ajudar minha velha, mas não podia deixar ela perceber que eu estava no tráfico.”

Para Rolim, pensar em segurança pública no Brasil é pensar em meta de evasão escolar zero. “Se mantivermos os jovens de classes populares na escola por mais tempo, reduziremos a mão de obra para o crime, que é oferecida gratuitamente a grupos armados. Adolescer é transgredir. Eles vêm de famílias trabalhadoras, mas fracassaram na escola antes mesmo de chegar à adolescência e foram recrutados por grupos armados que disputam o monopólio da droga na periferia. Vários deles pensam em sair do crime, mas têm medo porque estão jurados de morte. Esses meninos que estão matando na rua não são psicopatas, como regra, essa guerra também é um produto: o que a escola não consegue fazer, o tráfico faz.”

Rolim descreve que eles agem como se fossem objetos. “Tudo acontece em volta deles sem que possam tomar uma decisão. Aparece muito na fala –aí aconteceu tal coisa, aí depois tal coisa. Eles são excluídos mesmo, não percebem nem a dimensão dessa exclusão. Percebem que o tráfico é uma roubada. Sabem que dura pouco, que morrerão cedo e que o dinheiro que vem fácil, sai fácil. O que ficou completamente claro para mim é que esses jovens vivem em uma dimensão, que é o presente. Não têm passado, porque é uma dor só, e nem futuro, porque não têm projeto. O futuro para eles é a morte. Querem uma fruição imediata e absoluta de todos os prazeres possíveis, e é evidente que só o crime oferece isso: dinheiro sem trabalho e prazer a qualquer momento.”

Então, qual a solução? O que fazer?

Para o doutor em Sociologia, a teoria de que violência gera violência, está correta. “Quando se responde com violência, ela volta. O Estado tem de se diferenciar dos bandidos e começar a atacar o crime antes que se instale. Ou seja, mais políticas públicas para a população.”

Viamão está mudando e aderindo à execução de programas sociais de fato, como o Criança Feliz PIM (na região das Augustas), Famílias Fortes, Jovem Aprendiz, Programa de Oportunidades e Direitos e Mulheres Mil. Ano a ano, o município vem diminuindo a evasão escolar por conta de investimentos em tecnologia, inovação e formações. Em 2013, a taxa de evasão no ensino fundamental foi de 2,87%. Em 2014, esse percentual teve uma pequena redução – 2,85%. Em 2015 e 2016, com o uso de tecnologias em sala de aula e a inserção da inovação, o índice de evasão caiu significativamente: 2,56% e 2,42%, respectivamente. A estimativa é que em 2017 esse índice seja ainda menor.

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